terça-feira, 15 de abril de 2008

NoVo AcOrDo OrToGrÁfIcO*

Dentro ou fora de acordos e reformas ortográficas, centenas de outras alterações da grafia da língua portuguesa foram paulatinamente ocorrendo ao longo de séculos. A partir de 1911, quando Portugal, então sem o «sim» do Brasil, adoptou a primeira reforma ortográfica, alterar grafias rumo à unificação passou a ser matéria a tratar em sede de Política e de Diplomacia.

Passaram-se os anos, os esforços de Portugal e do Brasil para unificarem a ortografia prosseguiram - os dois sozinhos no terreno até 1973, acompanhados pelos PALOP em 1986 e 1990 - e neste último ano «fez-se luz»: nasceu o Novo Acordo Ortográfico.

O processo que se seguiu é conhecido: a ratificação, necessária para o Acordo entrar em vigor em 1 de Janeiro de 1994, recebeu o «sim» de apenas três países - Portugal, Brasil e Cabo Verde.

Dez anos depois, em Julho de 2004, os PALOP e Timor-Leste aprovaram um protocolo modificativo, nos termos do qual o acordo entraria em vigor desde que ratificado por três países. E três países, precisamente, o ratificaram: Brasil, Cabo Verde e São Tomé.

Há, no entanto, «casos» - e estranho seria que um Acordo desta dimensão e alcance os não suscitasse.

O Acordo contempla ainda a «coexistência de duplas grafias», uma contradição flagrante, poderão apontar os críticos, em vista da proclamação que esteve na base da sua própria concepção e nascimento: a unificação ortográfica da língua.

O futuro, que costuma ser o grande avaliador em questões como esta, mostrará de que lado está a razão. E se o Acordo valeu a pena.
O anglicismo é uma palavra proveniente do inglês e usada em português, seja devido à necessidade de designar objectos ou fenómenos novos, para os quais não existe designação adequada na nossa língua, seja por uma série de motivos de carácter sociológico que leva à preferência por palavras inglesas, em detrimento das portuguesas.

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